Encerramento da Semana Nacional de Prevenção e Enfrentamento do Assédio

A Semana Nacional de Combate e Prevenção ao Assédio e à Discriminação, realizada entre os dias 5 e 9 de maio no Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6), reuniu autoridades, magistrados e servidores para acompanhar ações desenvolvidas especialmente para abordar o tema. Nos primeiros dias do evento, além de palestras conduzidas por magistrados e especialistas, destacaram-se o lançamento do protótipo do aplicativo “Voz contra o Assédio” e a versão física da Cartilha Informativa sobre Prevenção ao Assédio e à Discriminação, recursos que visam ampliar o acesso a orientações e mecanismos de denúncia.
As palestras e rodas de conversa, realizadas ao longo da semana, focaram na conscientização e prevenção de condutas abusivas no ambiente de trabalho. No quarto dia de evento, houve uma intervenção teatral idealizada para retratar situações cotidianas que, embora aparentemente corriqueiras, configuram assédio. A peça buscou proporcionar reflexão para magistrados, servidores e terceirizados sobre como atitudes nocivas criam ambientes tóxicos e prejudicam a convivência e o desempenho profissional.

A juíza federal Fernanda Martinez Silva Schorr, coordenadora do Núcleo de Justiça Restaurativa do TRF6, explicou que o núcleo atua em parceria com a Comissão de Prevenção ao Assédio, promovendo círculos de conversa mediados por facilitadores. Esses espaços permitem que as partes envolvidas em conflitos identifiquem problemas e proponham soluções colaborativas. A magistrada reforçou a eficácia da metodologia: “A gente tem facilitadores para fazer isso aqui no tribunal. E aí, quando esses facilitadores chegam, fazem a aplicação e acabam transformando o ambiente de trabalho e, às vezes, até evitando casos de assédio”.

No quinto dia, o desembargador federal Álvaro Ricardo de Souza Cruz, coordenador da Coordenadoria Regional de Solução Adequada de Controvérsias (COJUS), enfatizou que a Justiça Restaurativa busca reconstruir relações danificadas, priorizando a reparação emocional entre vítima e ofensor. Ele destacou que essa abordagem, baseada no diálogo, é uma ferramenta essencial para combater males estruturais como o assédio. O magistrado ressaltou: “A Justiça Restaurativa surge como uma alternativa possível, viável e que precisa efetivamente crescer e trabalhar junto com essa perspectiva de combate a esses males”.
A semana simbolizou um passo crucial na construção de uma cultura organizacional pautada no diálogo, na educação e na inovação, alinhada às diretrizes do CNJ e às demandas sociais contemporâneas. O desembargador federal Lincoln Rodrigues de Faria, vice-diretor da Escola de Magistratura, fez o encerramento da semana e destacou que iniciativas como essa são fundamentais para aprimorar o respeito e a urbanidade no ambiente institucional.

Ele lembrou que o tribunal é construído por pessoas dedicadas e que é dever de todos combater práticas discriminatórias, sejam elas hierárquicas, sexuais ou de qualquer natureza. O magistrado, concluiu com um chamado à ação: “Essa semana de prevenção ao assédio vem nesse contexto de buscar aprimorar as nossas relações humanas e sempre lembrando daquela nódoa que, infelizmente, de vez em quando aparece mundo afora, que é o desrespeito, nós devemos deixar de lado para que as nossas relações humanas aqui sejam mais afetuosas, mais harmônicas e tenhamos um bom ambiente de trabalho”.


